Neste terceiro encontro da nossa caminhada quaresmal em preparação para a Páscoa nos grupos eclesiais, sempre ancorados na esperança, somos convidados a refletir sobre a reconciliação, que traz consigo a necessidade do perdão â uma realidade que toca a todos, pois, devido à s nossas limitações humanas, não conseguimos ser perfeitos, seja na relação com Deus, com os outros ou com a criação. 4v1c4w
Como introduz o subsÃdio: âO perdão é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um exercÃcio de fraternidade. Quem pede perdão reconhece a sua fragilidade, e quem perdoa exercita a humanidade. O Papa Francisco nos recorda, na Bula do Jubileu, n. 23: âPerdoar não muda o ado, não pode modificar o que já aconteceu; no entanto, o perdão pode nos permitir mudar o futuro e viver de forma diferente, sem rancor, ódio e vingançaâ.â
O grande convite da Quaresma é a conversão. Antes de tudo, devemos nos deixar reconciliar com Deus, cientes de que essa reconciliação a pelo reencontro com os irmãos. Convém lembrar o que pedimos sempre que rezamos o Pai-Nosso: âPerdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.â Que nossos encontros de grupo, nossas celebrações e nossas mensagens nos disponham a promover a reconciliação em nossas famÃlias, comunidades e com todos aqueles com quem convivemos.
O texto bÃblico proposto, Mt 18, 21-35, sobre a correção fraterna, é muito claro quanto à necessidade de pedir e conceder o perdão. à pergunta de Pedro sobre até quantas vezes devemos perdoar, Jesus respondeu: âNão até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezesâ, ou seja, sempre. Deus não põe limites ao perdão. Sua misericórdia é infinita, e Ele está sempre pronto para o abraço do perdão. Sempre podemos recomeçar. O grande desafio é perdoar de coração o nosso irmão se queremos contar com a misericórdia de Deus.
Perdoando, caminhamos na esperança. A reconciliação com Deus, consigo mesmo, com os outros e com a Casa Comum é o itinerário da paz que leva à esperança. Sem amor a Deus, sem atenção a si próprio, sem perdão aos outros e sem cuidado com a Casa Comum, a destruição toma conta e a esperança desaparece. Deixemo-nos reconciliar com Cristo. Ancorados Nele, podemos praticar o perdão e gerar esperança e vida.
Dom Jaime Pedro Kohl â Bispo de Osório