Com a Solenidade de Pentecostes encerramos o Tempo Pascal. Nestes cinquenta dias celebramos o Mistério da paixão, morte, ressurreição e ascensão de Jesus ao céu e suas consequências em favor da humanidade, que agora se auto compreende como redimida, reabilitada pelo amor misericordioso de Deus. 6g3d1b
Jesus, depois da ressurreição, apareceu muitas vezes aos discípulos que viveram com Ele, testemunhas vivas dos acontecimentos a Ele referidos. Paulo vai dizer que uma vez apareceu a mais de 500 irmãos de uma só vez, dos quais alguns ainda vivem e podem ser consultados. Depois voltou para o Pai, onde recebeu o Espírito Santo e o derramou, como o povo podia ver e ouvir.
Lucas, em Atos 2,1-11, nos testemunha que, estando os discípulos reunidos com Maria no Cenáculo, de repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar.
Assim, aquele grupo de homens e mulheres, discípulos e discípulas de Jesus, que andavam acovardados e cheios de medo dos judeus, saíram confessando: “Aquele Jesus que vocês mataram, o Pai ressuscitou-O.”
Esse testemunho, anúncio, missão é de todos nós. Há poucos dias estive visitando nossa Equipe Missionária que está em Moçambique, projeto que devemos sentir como nosso, Igreja do Rio Grande do Sul. Pe. Henrique, Bené e as 4 irmãs do Amor Divino, com pouco, estão fazendo um bem imensurável junto àquele povo simples, sofrido e no total descaso dos órgãos de governo.
É a sexta vez que visito esse projeto de missão Ad Gentes e, mais do que nunca, percebi a precariedade das condições de educação, saúde e logística desses nossos irmãos e irmãs, especialmente das crianças e adolescentes.
Lembrei-me do salmo que reza: “Até quando, Senhor?” E fiquei ruminando dentro de mim: Até quando, Senhor, essa condição de vida sub-humana e de total abandono vai persistir? Por que tanta desigualdade e injustiça no mundo?
Por que o grito desses irmãos e irmãs nossos não é ouvido?
Nossos missionários, na precariedade de recursos, fazem milagres, não só na evangelização, mas também no trabalho de alfabetização, educação integral, unindo produção de verduras, mudas de frutas e até de flores, coisa rara por lá.
Neste final de semana, todas as comunidades das paróquias do nosso Regional estarão realizando a Coleta de Pentecostes para dar e a esse importante projeto missionário. Contamos com tua participação para aliviar um pouco o sofrimento de tantos irmãos.
Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo Diocesano